sexta-feira, 25 de março de 2011
Fevereiro de 2011 - Poster TVT - Estudo Clínico em Bragança
domingo, 9 de maio de 2010
Artigo científico publicado na revista " Parasites&Vectores"
A Clínica participou neste estudo que tem como 1.º Autor o Prof. Dr. Luis Cardoso da UTAD.
O Artigo está disponível neste endereço:
www.parasitesandvectors.com/content/3/1/27
sábado, 20 de fevereiro de 2010
sábado, 24 de janeiro de 2009
sábado, 21 de junho de 2008
Comunicação -Congresso APMVEAC / Junho 2008
Leishmaniose - Estudo Clínico no Nordeste Transmontano
D.Diz Lopes; F.T. Rodrigues.
Clínica Veterinária Dr. Duarte Diz Lopes, Lda, Bragança
A leishmaniose canina é uma doença sistémica causada por um protozoário intracelular Leishmania infantum, cujo vector é um insecto do género Phlebotomus. É uma zoonose, endémica nos países mediterrânicos. Os estudos epidemiológicos realizados em Trás-os-Montes referem a infecção por Leishmania como sendo endémica nesta região.
Entre Janeiro de 2002 e Dezembro de 2006, num total de 2.436 cães observados na nossa prática clínica e provenientes dos 12 concelhos do distrito de Bragança, foram diagnosticados 117 cães com leishmaniose (4,8%), tendo sido efectuado um registo informatizado dos dados clínicos obtidos.
Quadro 1.
Raças | Total cães observados (02-06) | Nº cães sintomáticos | % (dos 117 sintomáticos) | % (susceptibilidade da raça) |
Indeterminada | 854 | 18 | 15,4 | 2 |
Podengo | 301 | 13 | 11,1 | 4 |
Epagneul Breton | 52 | 12 | 10,3 | 23 |
Rottweiler | 100 | 10 | 8,5 | 10 |
Perdigueiro | 80 | 9 | 7,7 | 11 |
Pastor alemão | 106 | 9 | 7,7 | 9 |
Boxer | 43 | 8 | 6,8 | 19 |
Labrador | 35 | 5 | 4,3 | 14 |
Husky Siberiano | 58 | 4 | 3,4 | 7 |
Doberman | 14 | 4 | 3,4 | 29 |
Samoyedo | 7 | 2 | 1,7 | 29 |
Outras | 786 | 23 | --- | --- |
TOTAL | 2.436 | 117 | 4,8% | |
Foi também efectuada uma recolha das temperaturas médias observadas na Estação Meteorológica de Bragança durante o período em análise. Compararam-se os casos positivos por ano, com os valores das temperaturas médias.
Quadro 2.
Ano | Total cães observados | Casos leishmaniose | % casos leishmaniose | Temperaturas médias anuais |
2002 | 389 | 19 | 4,9 | 12,6 |
2003 | 350 | 24 | 6,9 | 13,2 |
2004 | 489 | 18 | 3,7 | 12,5 |
2005 | 530 | 22 | 4,2 | 12,7 |
2006 | 678 | 34 | 5,0 | 13,4 |
Da análise dos dados recolhidos podemos concluir que há uma aparente maior susceptibilidade de algumas raças, tal como verificado no Quadro 1, particularmente nas raças Doberman (29%), Samoyedo (29%), Epagneul Breton (23%) e Boxer (13%). Por outro lado, os cães de raça indeterminada, não obstante constituírem o maior número de cães observados e cães positivos em termos absolutos, apenas representam uma percentagem de 2% no que toca a susceptibilidade da raça.
Verificou-se também uma aparente correlação positiva entre o nº de casos de leishmaniose e as temperaturas médias anuais (Quadro 2), sendo que os anos mais quentes, 2003 e 2006, foram os que apresentaram a maior percentagem de casos positivos, 6,9% e 5% respectivamente. Desta correlação positiva podemos concluir que nos anos mais quentes pode existir um maior risco de infecção por Leishmania.
segunda-feira, 17 de março de 2008
domingo, 16 de março de 2008
Babesiose Canina – Estudo Epidemiológico no Nordeste Transmontano 2005/2006
Peniche, 24 e 25 de Novembro de 2007
D.Diz Lopes1; F.T. Rodrigues1;
1- Médico Veterinário, Bragança
Numa época em que tanto se fala de doenças emergentes, particularmente as transmitidas por vectores artrópodes, e em que temos vindo a constatar na nossa prática clínica um número crescente de casos de Babesiose e de Leishmaniose, considerámos oportuno começar a recolher de forma sistemática dados clínicos relevantes que ajudassem a conhecer melhor a epidemiologia destas doenças na nossa região.
Pretendemos com este estudo, que assenta somente na nossa experiência clínica e curiosidade científica, contribuir para um melhor conhecimento epidemiológico da Babesiose Canina no Nordeste Transmontano.
Recolhemos os dados de 49 canídeos diagnosticados com Babesiose Canina e confirmados laboratorialmente por esfregaço de sangue periférico corado com Diff-Quick de 1 de Janeiro de 2005 a 31 de Dezembro de 2006.
Do total de canídeos em estudo, 61% tinham aptidão de caça, sendo os podengos a raça mais representativa (53%).
Não obstante a dispersão dos casos pelos Concelhos de influência da Clínica - Bragança, Vinhais e Vimioso - verificou-se um numero elevado (39%) na área envolvente à Serra da Nogueira, uma zona de caça por excelência, com muita vegetação e que possui a maior extensão de carvalho negral, Quercus pyrenaica, do País.
Durante os dois anos em análise não diagnosticámos qualquer caso nos meses de Julho, Agosto e Setembro, sendo os meses em que tivemos um maior número de diagnósticos positivos os de Dezembro e Março, com 7 casos em cada um deles.
Em quatro casos clínicos verificámos que existia uma co-infecção, 2 casos com Erlhichia, 1 com Hepatozoon e outro com Leishmania.
Nem sempre foi possível identificar os ixodídeos vectores, no entanto num dos casos reportados, que contou com a colaboração do Centro de Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (CEVDI/INSA), confirmou-se que os ixodídeos eram da espécie Dermacentor reticulatus.
A dispersão na região do Dermacentor reticulatus e, em particular, na área do Parque Natural de Montesinho tinha sido já confirmada num estudo realizado pelo CEVDI/ INSA, em que participámos, que num total de 76 ixodideos recolhidos de Setembro a Novembro de 2004, confirmou que 36 (47%) eram da espécie Dermacentor reticulatus, ocorrendo estes em maior número no mês de Novembro.
Concluímos com este estudo que o período de maior risco para Babesiose Canina no Nordeste Transmontano decorre durante as estações de Outono e Inverno, os canídeos com aptidão de caça são os mais susceptíveis e que o Dermacentor reticulatus poderá ser a espécie de ixodídeo com maior importância na transmissão desta doença.